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A malha sustentável que vem do fundo do mar

16 de Novembro de 2018

Do plástico dos oceanos fazem-se novas peças de vestuário. A nova malha da A.Sampaio & Filhos prova que a Economia Circular não é só o futuro, é já o presente da indústria têxtil.


Mais do que sustentável, o novo projeto da A.Sampaio & Filhos é economia circular em estado puro. É no lixo depositado no fundo do mar Mediterrâneo que a empresa encontra a matéria-prima para produzir a malha Baselayer Seaqual, que já começa a ser aplicada na indústria do vestuário.


Com este novo produto a empresa de Santo Tirso não apresenta apenas uma nova alternativa ao mercado, mas contribui também para a limpeza dos oceanos. O fluxo de resíduos no fundo dos oceanos é uma preocupação crescente para os ambientalistas. É estimado que anualmente 8 milhões de toneladas de lixo sejam atiradas ao mar e que cerca de 75% destes resíduos fique depositado no fundo.


A proposta da A.Sampaio é reciclar este lixo e transformá-lo em novas peças de vestuário. Cada quilo de filamento Seaqual corresponde a um quilo de plástico que se encontrava depositado no fundo do mar. Os resíduos são reunidos por pescadores espanhóis e, depois, o filamento é desenvolvido no estrangeiro, até poder ser integrado nas malhas da A.Sampaio. A empresa garante que todo o processo de fornecimento é controlado.


Miguel Mendes, responsável comercial da A.Sampaio & Filhos, afirma que a sustentabilidade é uma preocupação da empresa há vários anos. Quando tiveram conhecimento desta nova tecnologia, decidiram incorporá-la e começar a produzir peças com este filamento. “A Baselayer destaca-se por ser aquela que tem maior percentagem deste filamento, 40% de polyester seaqual e 60% de algodão orgânico, mas também desenvolvemos soluções à medida do cliente” explica.


Num momento em que a economia circular se afirma como uma tendência de futuro e quando cada vez mais consumidores demonstram preocupações ambientais, não será de admirar que esta solução esteja rapidamente a conquistar o mercado. “Tem tido muita aceitação, especialmente por marcas de outdoor, que estão mais abertas a esta ideia, mas também em vestuário para desportos mais duros, como o crossfit, por exemplo” explica Miguel Mendes.


Decidida a investir na economia circular, a empresa de Santo Tirso, que actualmente emprega cerca de 200 pessoas, promete continuar a investir em novas soluções sustentáveis e afirma ter mais projectos de malhas sustentáveis para apresentar no mercado.

Fonte: Jornal T