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Malhas de A. Sampaio ganham força no vestuário de proteção

1 de Fevereiro de 2021

A A. Sampaio, em parceria com a Fiação da Graça, o Citeve e Centi, desenvolveu um conjunto de malhas, em fibras sintéticas e naturais, com características de proteção ao calor, à chama e ao arco elétrico, anti-estáticas e de alta visibilidade, para vestuário que protege e, ao mesmo tempo, mantém o utilizador confortável.

 

O mercado de proteção individual não é novo para a A. Sampaio, como frisou João Mendes, administrador da A. Sampaio, na apresentação dos resultados deste projeto de investigação, integrado no Texboost. “Não começámos há um ano, começámos há cerca de oito anos e continuamos a aprender e a crescer”, revelou.

 

Criar malhas para este segmento, contudo, implica superar alguns desafios. “Quando começámos este projeto, tivemos o cuidado de fazer um inquérito a vários players internacionais na área do vestuário de proteção para perceber quais eram os atributos que conferiram mais valor às suas peças”, indicou. Os dois conceitos-chave mencionados foram, além do cumprimento de todas as normas de proteção, o conforto do utilizador e fácil manutenção.

 

“A questão de conforto abre caminho para as malhas, que são nitidamente mais confortáveis que o tecido, têm é o desafio de obedecer às mesmas características de resistência mecânica de durabilidade, que normalmente os tecidos conseguem alcançar", salientou o administrador da A. Sampaio. Em relação à limpeza, "existe um grande ramo de negócio no vestuário de trabalho, não propriamente no de proteção, que é o negócio das lavandarias industriais, que estão habituadas a fornecer o vestuário das empresas em regime de prestação de serviços”, apontou João Mendes.

 

“Agora acontece que as empresas precisam não só do vestuário de trabalho, mas de vestuário de proteção e as empresas de lavandaria industrial precisam de ser capazes de tratar vestuário de proteção num ciclo de lavagem industrial, o que também é um desafio para as malhas”, adiantou.

 

Dos fios à peça final

 

Para responder a estes desafios, a A. Sampaio, a Fiação da Graça, o Citeve e Centi pretendiam obter "estruturas de malha que cumpram em simultâneo diferentes requisitos normativos, pela utilização de polímeros de elevada performance e também de misturas com lã» e que respondem “aos requisitos da lavagem industrial”, explicou Graça Bonifácio, investigadora do Citeve.

 

O projeto incluiu o desenvolvimento de fios por extrusão, com enfoque nos fios de PEI (polieterimidas), e de fios convencionais, entre os quais foram selecionados dois fios 100% lã com diferentes acabamentos e um fio 70% lã/30% modacrílica. “Os fios desenvolvidos foram tricotados num tear laboratorial, o Tricolab, para verificar a sua validação, em termos quer de tricotabilidade, quer da possibilidade de resistência às principais normas que queríamos seguir”, acrescentou Graça Bonifácio.

 

Em termos de malhas, foram desenvolvidas estruturas como piqués, felpas americanas, interlocks, interlocks de fantasia, felpas polares, um softshell, um felpo reversível e jerseys, com o objetivo de criar arquiteturas de malhas que “cumpram em simultâneo normas de proteção ao calor e chama, aos salpicos, aos produtos químicos líquidos, anti-estática, alta visibilidade, arco elétrico segundo normas europeias, e ainda à lavagem industrial”, enumerou a investigadora do Citeve.

 

O trabalho de investigação prosseguiu com a criação de peças de vestuário. Entre os protótipos desenvolvidos, Graça Bonifácio destacou um fato underwear que consegue passar num arco elétrico com um ATPV (Arch Thermal Performance Value) de 8 kcal, uma sweatshirt com alta visibilidade na cor laranja e uma swearshirt meia gola e fecho com carcela feita em felpo reversível com lã. “Todas estas peças não existem no mercado e são diferentes”, garantiu a investigadora, sublinhando ainda que a maioria dos produtos que chegaram a protótipo “estão já numa fase final de testes ou já terminaram os seus testes e poderão ir para o mercado muito brevemente», sendo que «muitos deles foram apresentados em feiras e tiveram muito boa aceitação”.

 

Prova igualmente de que “existe um mercado crescente para as malhas no vestuário de proteção individual?, acompanhado de um desafio crescente também para quem tem as fabricar e as desenvolve”, como afirmou João Mendes.

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